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Nemátodes-das-galhas-radiculares 

O que são?

Os nemátodes-das-galhas-radiculares são nemátodes parasitas de plantas pertencentes ao género Meloidogyne. Estes organismos são polífagos e têm uma distribuição mundial; estima-se que no seu conjunto consigam parasitar todas as plantas. Afetam negativamente as plantas por delas retirarem o seu alimento e por interferirem com a normal estrutura e função da raiz. Nas culturas hortícolas, especialmente em estufa, causam danos avultados, podendo originar quebras de produção de 100%. O tomateiro é considerado um hospedeiro universal, ou seja, a maioria das espécies destes nemátodes consegue infetar, alimentar-se e multiplicar-se nas raízes de tomateiro.

Como interagem com o ambiente e outros organismos?

Nos últimos anos tem-se percebido que os nemátodes conseguem comunicar entre si e alterar o seu comportamento através de compostos que vão produzindo – os ascarosídeos. Os ascarosídeos produzidos pelos nemátodes são também captados pelas raízes das plantas que, em resposta, aumentam as suas defesas naturais contra os nemátodes.
No projeto Handler, pretende-se investigar se o uso de porta-enxertos parcialmente resistentes afeta a competição entre nemátodes de espécies diferentes, ou seja, se os porta-enxertos atuam como força seletiva, e de que modo este fenómeno se processa ao longo do tempo. Esta investigação contribui para perceber melhor também o desenvolvimento de virulência em nemátodes-das-galhas-radiculares, que são sempre mais virulentos em sistemas agrícolas do que em sistemas naturais. Um segundo objetivo do projeto é perceber de que forma os ascarosídeos modelam as interações nemátode-nemátode e nemátode-planta. Antecipa-se que a comunicação entre nemátodes através de ascarosídeos, e a capacidade das plantas de responderem a estes sinais, serão fundamentais para os fenómenos de competição e virulência de nemátodes e poderão ser exploradas no desenvolvimento de novas estratégias de controlo.

Como gerir os nemátodes-das-galhas-radiculares?

Os métodos mais eficientes de controlo consistem na utilização de pesticidas sintéticos que, no entanto, têm um efeito apenas temporário nas populações de nemátodes, além da elevada toxicidade sobre o ambiente. Por esta razão estes compostos têm vindo a ser banidos na Europa, o que tem motivado a investigação de formas alternativas de controlo. Uma técnica cultural de controlo que se tem vindo a tornar comum no caso do tomateiro é a enxertia. Há vários porta-enxertos disponíveis comercialmente mas nenhum deles é totalmente resistente. Assim, o uso da enxertia poderá atuar como pressão seletiva, aumentando a virulência dos nemátodes, isto é, modificando as populações de nemátodes para uma maior capacidade de infetar as plantas.
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